sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Prof. Silvano Machado de São Gabriel, um geógrafo nas simetrias do Criador


Conheci – para minha honra e crescimento - o Professor Silvano Pedro Machado em sua casa, no dia 30 de abril de 2011, pelas mãos camaradeiras de sua esposa Suzélia e de Edileuza Rocha (Leu) - nossa amiga em comum, em virtude de desenvolvermos na cidade de São Gabriel – semiárido da Bahia, a Oficina de Teatro: Eu, o Outro e Meu Lugar no Mundo, numa interação entre crianças, jovens e educadoras(es).

Ele nos “deixou” na madrugada de ontem (02 de agosto de 2012) – como se diz entre amigos: “viajou antes do combinado”. Cremos que, como professor de geografia – estará pelos infindos espaços siderais – pesquisando, analisando, anotando, fotografando, medindo, mapeando, registrando na Eternidade as tantas estrelas, luzes musselinosas, caminhos lácteos, grutas arco-irisadas, puxando violas e papos das diásporas, das poesias, reminiscências dos Payayá e de outros povos de sua e minha região nas vastidões da chapada diamantina – já aqui na terra já sabia muito – pois sábio era em outras geografias e imaginemos o quanto era tão elucidativo e apaixonante em sua cátedra.

Conversamos bastante sobre o semiárido, educação e sobre o povo Payayá e do movimento que se espalha em vários pontos da Bahia e não apenas no Piemonte (Pé de Serra) da Chapada Diamantina - de pessoas que se afirmam ter sangue dessa linhagem étnica.


Horas antes, eu e Leu teclamos pelos fios invisíveis da Net de que não tínhamos o que dizer sobre essa notícia que ninguém fica com chão embaixo dos pés quando tem que anunciar – de antes não sabemos lidar com “esse adeus”. Na minha pequenez balbuciei/teclei algo assim, para os seus familiares e amigos: "Fiquem agora cada vez mais junt@s, mais do que já eram", afinal, o abraço, o ombro, o chá, o café, o amparo físico - são mais os imediatos e possíveis de equilibrar o desconforto que o indizível e imponderável nos impõe nessas horas!

Fiquemos juntinhos! Ele, agora é um viajor geografando estrelas na Eternidade e que O Senhor do Tempo, do Amor, da Bondade, do Sem-fim -, o acolha em Seus braços sacrossantos!

Fotos: Maria & Leu

2 comentários:

  1. Já negaram tudo que bem pouco resta
    nova teoria já dizem que tem
    Tentam iludir os que tudo fazem pra que se
    acomodem e parem também.
    Qualquer discurso já é uma ameaça
    e se for na praça correndo já vem
    Não andamos muito mas sabemos agora
    Já disse o poeta “quem sabe faz a hora”
    e não se espera por quem já não vem.
    Já disse o homem que depois
    morreu e ficou na memória.
    Que existe uma coisa na roda da história
    que uma camada pra trás quer rodar.
    Mas estes não servem
    pra pôr suas mãos nesta manivela
    ficarão à margem olhando da janela
    a luta do povo esta roda girar.
    O que os outros fizeram já não vale nada.
    Já não sabem mais o que mesmo dizer.
    Querem construir a nova sociedade
    buscando no voto o sonhado poder
    A luta de classes já não existe
    Mas quem faz resiste e procura vencer.
    Por mais que se queira transformar em nada,
    saibam que a história é como a madrugada,
    quem acorda cedo faz o amanhecer.
    Ademar Bogo.

    caro Ademário, com esta música nos despedimos ontem, no final da tarde, do nosso grande camarada. Era a primeira do seu repertório.

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    1. Eh, Leu, querida camarada
      - Intonce vamu prosseguir
      a qualquer hora do dia,
      e nas adversidades ou madrugada
      e das amarras escapulir
      na construção da nossa utopia!

      Beijos!!!

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