quarta-feira, 31 de julho de 2013

Mostra Sonora Brasil: encontros e reencontros de raízes e artistas


 Hoje a noite do dia 31 eu e um grupo de colegas da Secretaria Municipal de Cultura de Simões Filho, artistas e produtores iremos ao Teatro do SESC-SENAC no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador na Bahia. Lá assistiremos ao espetáculo TAMBOR DE SOPAPO com o Grupo ALABÊ ÔNI. Em junho de 1975 este teatro foi inaugurado com o espetáculo Bahia Livre Exportação com a direção do maestro Hamilton Lima, dos coreógrafos Graça Salles e Raimundo King e direção geral de Jurema Penna, numa produção do SESC-SENAC.

Então, estarei voltando ao teatro que tive a honra e alegria de inaugurar como ator, ainda bem novo ao lado dos grandes ensinamentos destas figuras de maior relevo da arte e cultura de nosso país. Alguns artistas que estiveram naquele elenco: Ademar Andrade (Banda Furtacor), Kal Santos, Reginaldo Daniel Flores (Conga), Ed Ribeiro (in memoriam), Badaró, Luis Alfredo, Jandira de Jesus,  Vânia Fonseca, Domingos Lima, Cosme Baiano, Manequim, Nega Tonha, Kari Keller, e tantos outros colegas de teatro, dança, música, artes plásticas.

Lembro ainda de que o espetáculo Bahia Livre Exportação apresentava trechos de vários autores baianos: Castro Alves, Gregório de Matos, Jorge Amado, Caetano Veloso entre outros e o texto base era de Jurema que também assinava  a direção geral. O espetáculo apresentava a Bahia ao mundo. Destacavam aspectos socioculturais e episódios tais como: o incêndio na Feira de São Joaquim, a dança, a música, a poesia, a capoeira, o maculelê, a culinária baiana, o cultos aos orixás, a vida dos capitães de areia, o aconchego dos baianos aos que visitam-nos, as igrejas, o samba,  o carnaval...e ao derredor a ditadura militar.

Também, nesta noite, acompanhando esse grupo, ao qual me referi acima, vai junto o Álvaro Di Amaro, filho da griô Sirley Amaro, lá de Pelotas (RS).  Conforme fui acolhido gentilmente pela Poliana Bicalho, produtora cultural e responsável pelo projeto de formação de público do SESC-SENAC, apresentaremos o Álvaro aos músicos do ALABÊ ÔNI em virtude dele ser também, herdeiro da dinastia do Tambor de Sopapo. Ministrando uma oficina em Salvador, o mestre Batista e griô Dilermando Martins montam quatro Tambores de Sopapo e o Álvaro passa a ser guardião de um. Hoje à noite ele o levará para apresentá-los aos alabês (nobres tamboreiros): Richard Serraria, Mimmo Ferreira, Pingo Borel e Kako Xavier.

Enfim, será uma noite muito especial!

Agradecemos a atenção e gesto cordial da Poliana Bicalho e ao Teatro do SESC-SENAC por oportunizar tão emblemático encontro e (re)encontro de artistas e com suas raízes e por sua programação que abraça a diversidade cultural do povo brasileiro!

Veja abaixo o release do Tambor de Sopapo:

Dia: 31/07 (quarta-feira)  Apresentação: ALABÊ ÔNI TAMBOR DE SOPAPO


O grupo gaúcho é formado por quatro músicos pesquisadores que se dedicam à recuperação da história do tambor de sopapo — o Grande Tambor, e traz ao palco do Sonora Brasil repertório de maçambiques, quicumbis, alujás e candombes, manifestações da cultura negra gaúcha ligadas à tradição religiosa e profana.

Como não houve continuidade histórica nas manifestações musicais onde o tambor de sopapo estava inserido no período colonial, especialmente nas charqueadas de Pelotas, os músicos participantes não fazem parte de nenhum grupo de tradição oral, mas sim representam um movimento que congrega músicos e pesquisadores, e que vem se expandindo no Rio Grande do Sul desde a década de 1990 buscando a valorização e revitalização das manifestações musicais oriundas da matriz africana que circulou pelo estado no período da escravidão.
Fonte: e-mail.

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